(Agência Estado)
Um equipamento que promete transformar o lixo hospitalar em lixo comum, com benefícios ambientais e financeiros, foi apresentado ontem em Curitiba. Desenvolvido por uma empresa italiana, o Newster 10 tritura e esteriliza os materiais, reduzindo-os a uma espécie de serragem, que pode ser colocada em aterros ou incinerada. “Vem resolver um grande problema nosso”, afirmou o diretor-presidente do Hospital Instituto de Medicina e Cirurgia do Paraná, José Lazarotto de Melo e Souza, onde o primeiro aparelho foi instalado. De pequeno porte, o hospital produz cerca de 8 mil quilos de lixo por mês.
Segundo o diretor comercial da Newster, Luciano Orlandi, a máquina é resultado de dez anos de estudos e hoje há 300 equipamentos espalhados em 22 países. No Paraná, onde a distribuidora Traadex já conseguiu todas as licenças necessárias, a estimativa é de que cada aparelho custe cerca de 220 mil euros, incluída a manutenção por dois anos. “Dependendo do hospital, o equipamento se paga em dois ou três anos”, garantiu a diretora da Traadex, Beatriz Gennaro.
O esterilizador Newster 10 possui um rotor equipado com lâminas que desintegram e aquecem os resíduos por meio de impactos e atritos. De acordo com os técnicos, quando a temperatura chega a 150°C, a massa é borrifada automaticamente com injeções de água vaporizada, garantindo o processo de esterilização, com decomposição de proteínas e ruptura de membranas celulares. Ao final do processo, que demora cerca de 30 minutos, o material fica semelhante à serragem desidratada, com redução em cerca de 70% no volume e em 30% no peso. A máquina tem capacidade de processar 30 quilos de lixo a cada hora.
Segundo Orlandi, a certificação da eficiência do produto foi feita por institutos de São Petersburgo, na Rússia, e de Ferrara, na Itália. Mas a empresa exige que, em cada país onde as máquinas são instaladas, os hospitais façam análises periódicas para a comprovação do poder de esterilização do equipamento. “Isso serve também para nossa segurança. Não vendemos mentiras”, disse. No entanto, ele adiantou que a “experiência empresarial” mostrou que nem sempre o equipamento é bem aceito. “Nos países onde o lixo é um problema, nós somos a solução; mas nos países onde o lixo é um negócio, nós somos o problema”, afirmou. |