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27/08/2008 - Coleta e destinação de lixo seletivo em pequenos municípios são precárias, diz secretário

(Agência Brasil)

Os pequenos municípios brasileiros ainda deixam a desejar no que diz respeito coleta e destinação do lixo seletivo, avaliou nesta quarta-feira (27) o secretário nacional de Saneamento Ambiental, Leodegar Tiscoski, durante o lançamento da 5ª edição do Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos/2006.

Esse diagnóstico envolve as regiões metropolitanas, os municípios de maior densidade populacional e, nessas regiões, o tratamento do lixo é mais adequado. Já nos municípios menores e a grande quantidade deles não foi pesquisada é onde está a maior incidência dos lixões e dos aterros não-controlados", disse o secretário nacional de Saneamento Ambiental.

Tiscoski explica que no lixão o resíduo é jogado sem condições técnicas e sem proteção. Ele estima que, no Brasil, há cerca de 2 mil deles, um passivo que precisa ser resgatado. A solução, segundo o secretário, está na aprovação da Lei Nacional de Resíduos Sólidos, que ainda tramita no Congresso.

"Precisa ser estabelecida uma política de investimentos para estimular os municípios a recuperarem esses lixões. O aterro controlado é um intermediário, onde já existem algumas condições técnicas razoáveis, mas não é completo. O aterro sanitário é o ideal. Nele já existe uma área definida, uma cerca que protege, há impermeabilização do solo para não contaminar, há o controle do chorume, que é o líquido remanescente da decomposição orgânica do lixo, o controle e a queima desse gases. E não existem catadores".

Outro problema, de acordo com Tiscosky, é que o processo de reciclagem brasileiro prioriza o lixo seco, como o plástico, o metal e o papel. Ele avalia que existe uma grave deficiência na reutilização do lixo orgânico recolhido.

Ele lembra que há ainda uma espécie de priorização por parte das prefeituras em relação aos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a maioria é voltada apenas para o tratamento de água e esgoto, mas não para os resíduos sólidos.
"Tivemos, no ano passado, R$ 300 milhões para financiamento e investimento na área e sobrou recursos. Significa que não houve o interesse previsto".

O município de Americana, no interior do estado de São Paulo é um dos raros exemplos de pequenas localidades que contam com políticas públicas voltadas exclusivamente aos resíduos sólidos. De acordo com o diretor da Unidade de Limpeza Pública da cidade, Cláudio Fernando Rosseti, os cerca de 200 mil habitantes possuem 100% de coleta seletiva, além de coleta e destinação adequada para pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes e óleo de cozinha.

"Estamos lançando também, nas próximas semanas, a coleta de lixo tecnológico, destinada quele televisor que não tem mais utilidade, o computador, o fax ou o telefone celular. Estamos atentos porque o consumo vem aumentando e, com isso, aparece naturalmente as sucatas. E fomenta o lado social, porque vão ser criadas novas cooperativas de catadores voltadas exclusivamente para esse setor".

Ele explica que os moradores de Americana participam desse processo, dando o material s equipes de coleta seletiva ou deixando-o em locais de entrega voluntária. Ao todos, 21 postos médicos espalhados pelo município recebem pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes e óleo de cozinha tratado e reutilizado na frota de veículos municipais.




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