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15/01/2009 - Audiências públicas tentam definir novo local para aterro sanitário

(Gazeta do Povo)

Muitas controvérsias estão surgindo nas audiências públicas que discutem o local que abrigará o novo aterro sanitário que servirá Curitiba e 16 cidades da região metropolitana. Na quarta-feira (14/01), uma audiência foi feita na cidade de Mandirituba, região de Curitiba, e nela foram apresentadas as propostas do consórcio de municípios que gerenciam a implantação do novo destino do lixo da região. Nesta quinta-feira (15/01) uma nova audiência pública será realizada, desta vez em Curitiba, às 19h, na Rua da Cidadania do Pinheirinho, ao lado do terminal de ônibus.

O atual aterro, no bairro da Caximba, extremo sul de Curitiba, está com a capacidade esgotada e só poderá ser utilizado até agosto de 2009. Diariamente, o aterro recebe 2,4 mil toneladas de lixo. Trinta áreas foram sugeridas para sugerir o atual destino dos resíduos três - uma em Curitiba, outra em Fazenda Rio Grande e a terceira em Mandirituba - foram escolhidas como provável lugar do lixo da região da capital a partir da metade deste ano. O local definitivo do novo aterro será escolhido após análise do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

Na audiência de Mandirituba foi mostrado um sistema integrado de processamento e aproveitamento de resíduos, que envolve um tipo de fábrica em que o lixo domiciliar deve ser processado e reciclado. “Queremos quebrar o paradigma que no Brasil só serve o aterro, uma metodologia atrasada em que você só enterra ou empilha lixo. Este processo traz tecnologias novas que transformam o lixo em produto, gera renda e empregos”, disse o secretário municipal do meio ambiente de Curitiba, José Antônio Andreguetto, à reportagem da RPC-TV.

Os moradores das três cidades estão divididos quanto ao aterro e à tecnologia apresentada na audiência. Um morador entrevistado pelo Paraná-TV não vê problemas se a tecnologia utilizada for boa. Por outro lado, uma moradora na mesma reportagem criticou o projeto, que apresentaria falhas e não levaria em conta a saúde das pessoas que moram perto do local a ser escolhido.

O Ministério Público, que também participa das audiências, defende que uma área só para o lixo de 17 municípios não é a solução e que cada cidade deveria ter seu próprio aterro. “Isto é um desrespeito à responsabilidade de cada município de cuidar de seu próprio resíduo. Se cada um cuidasse de seus resíduos, teríamos uma maior racionalização, redução do volume e reciclagem, três princípios que o Ministério Público defende, inclusive com os grandes produtores, como supermercados e shopping centers”, afirmou o promotor Robertson de Azevedo à RPC-TV.

O promotor afirma que o relatório de impacto ambiental apresenta falhas. “As audiências estão sendo satisfatórias e o Ministério Público se manifesta mostrando que no projeto apresentado não há menção qual tecnologia será implantada. A resolução 01/86 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) diz que o relatório de impacto ambiental deve contar todas alternativas de local e tecnologia e a que foi proposta via ficar a cargo de empresas que estão concorrendo em licitação, o que entendemos inadequados na atual legislação”, disse Azevedo ao Paraná-TV.

O promotor Robertson de Almeida ainda criticou o modo de apresentação da nova tecnologia na audiência. “Nós duvidamos um pouco desta tecnologia do modo que foi apresentada em que o lixo deixaria de ser problema e passaria a ser apontado como solução. Achamos um tanto ingênua, pois a realidade mostra que o resíduo urbano da sociedade de massa não tem solução tão fácil assim”, explicou ao RPC-TV.




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